Acredito que todos, ou quase todos, ficaram sabendo do que aconteceu entre Will Smith e Chris Rock. Na entrega do Oscar, Chris expôs a esposa de Will, Jada, “brincando” com a sua doença, alopecia.
Há um tipo de humor presente nos Estados Unidos que, na minha compreensão, não é humor, mas uma apresentação, que, em sua totalidade, tipifica, classifica, e danifica, uma amostra da sociedade.
Talvez, você diga assim: “Foi uma brincadeira”; “Ele não exagerou tanto”; “Na minha adolescência fui chamado de tanta coisa”. Sim. Pode ser o seu ponto de vista, e respeito. Mas, penso que brincar com uma pessoa portadora de uma doença, não seja humor, mas sim, ridicularização dela.
Será que estamos tão doentes que para rir é preciso ver a doença dos outros? Pesquisas sobre bullying, apontam que 1 em cada 5 crianças já pensou em morrer após alguma “brincadeira” ou agressão.
Como bem alertou Saramago no “Ensaio sobre a cegueira”, estamos todos cegos, cegos que veem, mas não enxergam. Estamos vendo as pessoas, mas não conseguimos enxergá-las. Enxergar é identificar, acolher e fincar o seu lugar de existência. Nós estamos vendo, e vendo apenas, cometemos atrocidades ferindo a dignidade e humanidade do outro.
Jesus afirmou em Mateus 7.12: “Portanto, tudo quanto quereis que as pessoas vos façam, assim fazei-o vós também a elas”. Essa orientação de Jesus no Sermão do Monte é fantástica. Se eu não gostaria que me expusessem, não devo expor ninguém.
Quanto ao tapa dado pelo Will Smith podemos conversar num outro momento. Ele foi tomado por suas emoções, e impulsivamente, reagiu. Não estou justificando. Mas, volto à raiz. Se sua esposa não tivesse sido exposta não teria reação. Então, tudo começa numa regra básica: saber conviver respeitosamente com todos, inclusive com os que pensam diferente de você.
Em Cristo,
Pr. Márlon Gomes
(27) 3225-6161
ibm@ibmaruipe.org.br